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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Canto pra Ogum

Zeca Pagodinho & Jorge Ben Jor

Eu sou descendente zulu
Sou um soldado de ogum
Um devoto dessa imensa legião de Jorge
Eu sincretizado na fé
Sou carregado de axé
E protegido por um cavaleiro nobre

Sim vou na igreja festejar meu protetor
E agradecer por eu ser mais um vencedor
Nas lutas nas batalhas
Sim vou no terreiro pra bater o meu tambor
Bato cabeça firmo ponto sim senhor
Eu canto pra Ogum

Ogum

Ogum
Um guerreiro valente que cuida da gente que sofre demais

Ogum
Ele vem de aruanda ele vence demanda de gente que faz

Ogum
Cavaleiro do céu escudeiro fiel mensageiro da paz

Ogum
Ele nunca balança ele pega na lança ele mata o dragão

Ogum
É quem da confiança pra uma criança virar um leão

Ogum
É um mar de esperança que traz abonança pro meu coração

Ogum

Ooogum
(Jorge Ben Jor)

Deus adiante paz e guia
Encomendo-me a Deus e a virgem Maria minha mãe ..
Os doze apóstolos meus irmãos
Andarei neste dia nesta noite
Com meu corpo cercado vigiado e protegido
Pelas as armas de são Jorge
São Jorge sentou praça na cavalaria
Eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia
Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem
Tendo mãos não me peguem não me toquem
Tendo olhos não me enxerguem
E nem em pensamento eles possam ter para me fazerem mal
Armas de fogo o meu corpo não alcançará
Facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar
Cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Jorge é da Capadócia.

Salve Jorge!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A busca e o encontro da fórmula da autenticidade...Entre outras coisas...

Um turbilhão de coisas lindas e tristes me aconteceu nesses últimos dias...
1. No domingo de Páscoa, estava sozinha na frente da casa de uma amigo, quando passou um garoto pobrezinho vendendo cestas com a avó, e me perguntou se eu tinha bolacha... No domingo de Páscoa, com um monte de chocolate na minha casa, e o menino com fome me pedindo bolacha... Na hora só fiquei com pena e disse que não... Quando meu namorado e nosso amigo apareceram, eu perguntei se algum deles tinha alguma coisa, e meu namorado tirou um pacote de beliscão da bolsa... Fui correndo procurar o garoto... Quando encontrei, estava como a avó, a mãe, e vários irmãozinhos, sentados na rua, e quando eu me aproximei, eles nem olharam pra mim, se atiraram sobre o pacote e tomaram das minhas mãos... Estavam esfomeados... Eram muitos, aquilo provavelmente não daria pra nada, a mãe, me olhou com uma gratidão enorme e deu um sorriso, na hora, estava em choque... Apenas retribuí o sorriso, mas com um nó na garganta... Quando estava longe chorei sem parar... Me perguntei sobre qual a minha função nesse mundo, que artista convive com isto sem mudar esta situação? Não sabia o que fazer... e ainda não sei...
2. Já estava me sentindo a pior das criaturas, por viver neste mundo e não fazer nada pra mudar, quando a professora Thais D`Abronzo me fez questionar o porquê estou na Universidade, porquê faço teatro, no que acredito... Chorei sem parar novamente... Uma coisa reafirmava a outra...
3. Parei para escrever um trabalho para a mesma professora, mas de outra disciplina, sobre experiências em aula + o filme "Janela da Alma"+ o livro "Água Viva" da Clarice Lispector = subjetividades das mais variadas formas e mais questionamentos sobre o mundo em que vivo e minha função como artista. (Também recorri à ajuda de amigos da minha sala, alguns mais velhos de cursso que eu, o meu queridíssimo amigo Rodrigo, que me ajudou muito, a minha amada amiga e mestra Sandra Parra, mas depois posto o resultado disso) Um pouco das coisas se elucidaram, surgiram novos problemas, mas pelo menos recarreguei as energias para lidar com eles. Estava menos angustiada.
4. Na aula de Teatro de Animação (novamente a prof. Thais) passou um exercício que pra mim foi fundamental para mudar tudo isso. O exercício era equilibrar uma vareta, "animá-la". E ao ser corrigida em relação à este exercício, me dei conta do que estava fazendo... Enquanto manipulava o objeto, ele deveria ser o foco de atenção, e eu tinha que me adaptar à ele e não ele à mim... Era o que eu estava fazendo com as coisas que me angustiavam... Não tenho que trazer estes problemas para o meu mundo e filosofar sobre eles... Tenho que me inserir neste mundo e fazendo parte dele transformá-lo...
5. No final de semana, assisti ao espetáculo "CUIDADO UN PAYASO MALO, PUEDE ARUINAR TU VIDA" do Palhaço CHACOVACHI. No caso, um grande palhaço recheou de novas esperanças a minha vida, pois reconheci nele tudo o que eu mais quero fazer...
6. Hoje, assisti a uma palestra com Chacovachi (Payaso Tecermundista), que me trouxe uma série de inquietações deliciosas, e uma vontade louca de ir pra rua... (falarei mais sobre em outro post) Mas a melhor coisas que este novo ídolo me trouxe foi a seguinte frase, que pra ele define a construção de um palhaço da forma mais pura possível, que segundo ele é de um filme do Almodóvar: "A única forma de ser autêntico é se parecer com os próprios sonhos."
Logo coloco aqui aquelas coisas que prometi acima...
Até loguinho amores!