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segunda-feira, 12 de abril de 2010

A busca e o encontro da fórmula da autenticidade...Entre outras coisas...

Um turbilhão de coisas lindas e tristes me aconteceu nesses últimos dias...
1. No domingo de Páscoa, estava sozinha na frente da casa de uma amigo, quando passou um garoto pobrezinho vendendo cestas com a avó, e me perguntou se eu tinha bolacha... No domingo de Páscoa, com um monte de chocolate na minha casa, e o menino com fome me pedindo bolacha... Na hora só fiquei com pena e disse que não... Quando meu namorado e nosso amigo apareceram, eu perguntei se algum deles tinha alguma coisa, e meu namorado tirou um pacote de beliscão da bolsa... Fui correndo procurar o garoto... Quando encontrei, estava como a avó, a mãe, e vários irmãozinhos, sentados na rua, e quando eu me aproximei, eles nem olharam pra mim, se atiraram sobre o pacote e tomaram das minhas mãos... Estavam esfomeados... Eram muitos, aquilo provavelmente não daria pra nada, a mãe, me olhou com uma gratidão enorme e deu um sorriso, na hora, estava em choque... Apenas retribuí o sorriso, mas com um nó na garganta... Quando estava longe chorei sem parar... Me perguntei sobre qual a minha função nesse mundo, que artista convive com isto sem mudar esta situação? Não sabia o que fazer... e ainda não sei...
2. Já estava me sentindo a pior das criaturas, por viver neste mundo e não fazer nada pra mudar, quando a professora Thais D`Abronzo me fez questionar o porquê estou na Universidade, porquê faço teatro, no que acredito... Chorei sem parar novamente... Uma coisa reafirmava a outra...
3. Parei para escrever um trabalho para a mesma professora, mas de outra disciplina, sobre experiências em aula + o filme "Janela da Alma"+ o livro "Água Viva" da Clarice Lispector = subjetividades das mais variadas formas e mais questionamentos sobre o mundo em que vivo e minha função como artista. (Também recorri à ajuda de amigos da minha sala, alguns mais velhos de cursso que eu, o meu queridíssimo amigo Rodrigo, que me ajudou muito, a minha amada amiga e mestra Sandra Parra, mas depois posto o resultado disso) Um pouco das coisas se elucidaram, surgiram novos problemas, mas pelo menos recarreguei as energias para lidar com eles. Estava menos angustiada.
4. Na aula de Teatro de Animação (novamente a prof. Thais) passou um exercício que pra mim foi fundamental para mudar tudo isso. O exercício era equilibrar uma vareta, "animá-la". E ao ser corrigida em relação à este exercício, me dei conta do que estava fazendo... Enquanto manipulava o objeto, ele deveria ser o foco de atenção, e eu tinha que me adaptar à ele e não ele à mim... Era o que eu estava fazendo com as coisas que me angustiavam... Não tenho que trazer estes problemas para o meu mundo e filosofar sobre eles... Tenho que me inserir neste mundo e fazendo parte dele transformá-lo...
5. No final de semana, assisti ao espetáculo "CUIDADO UN PAYASO MALO, PUEDE ARUINAR TU VIDA" do Palhaço CHACOVACHI. No caso, um grande palhaço recheou de novas esperanças a minha vida, pois reconheci nele tudo o que eu mais quero fazer...
6. Hoje, assisti a uma palestra com Chacovachi (Payaso Tecermundista), que me trouxe uma série de inquietações deliciosas, e uma vontade louca de ir pra rua... (falarei mais sobre em outro post) Mas a melhor coisas que este novo ídolo me trouxe foi a seguinte frase, que pra ele define a construção de um palhaço da forma mais pura possível, que segundo ele é de um filme do Almodóvar: "A única forma de ser autêntico é se parecer com os próprios sonhos."
Logo coloco aqui aquelas coisas que prometi acima...
Até loguinho amores!

Um comentário:

Bruno Eiti disse...

Muito bonito ver alguém tão jovem que já consegue entender assuntos tão complexos de forma tão madura, está de parabéns.
abraços
Bruno
ps. Tb já passei por situações parecidas e elas me transformaram(e ainda transforam) muito.